Filme dirigido por Osgood Perkins, mesmo diretor e roteirista do elogiado "The Blackcoat's Daughter", nos apresenta Lily Saylor (Ruth Wilson) como enfermeira contratada para cuidar de uma idosa escritora aposentada chamada Iris Blum (Paula Prentiss), nos seus prováveis últimos anos de vida. A escritora reside sozinha no estado de Masschusetts em uma casa perturbadora pois foi local de assassinatos e acontecimentos misteriosos desde sua construção em 1912.
O primeiro ponto atrativo é com relação a narrativa apresentada, haja vista demonstrar um início instigante onde a própria personagem realiza descrições, comentários e citações complementadas por um clima de suspense constante, assim como um agradável ritmo inicial de roteiro com um desenvolvimento confortável. Sem dúvida a fotografia e filmagem também surgem como elementos elogiáveis, devido as boas escolhas de enquadramento e ótima alternância de planos expondo uma incrível sensibilidade em cenas inertes e com simetrias perfeitas. Sendo perceptível como o diretor utiliza as técnicas de filmagem como instrumento de estímulo junto ao espectador e assim conduzi-lo a melhor captação dos detalhes de cada cena.
Com o desenrolar do longa, em meio a acontecimentos excêntricos, observamos uma considerável atuação da protagonista identificando com clareza a presença de curva dramática da personagem. Ao avançar, nesse ponto já aguardando melhores explicações e objetividade nas informações, notamos a falta de equilíbrio e proporcionalidade entre ação e suspense, assim como a drástica oscilação no ritmo do roteiro, onde a dinâmica inicialmente interessante cede lugar para uma sensação de confusão, lentidão e arrastamento.
Definitivamente percebo algo com potencial, talvez para uma abordagem mais objetiva devido aos poucos elementos envolvidos na trama, mas sem deixar de lado as variantes e alternativas que o próprio enredo potencialmente permitia. Em suma, trata-se de uma obra de arte de um gosto singular, um terror psicológico com pitada poética que visivelmente agrada exclusivamente espectadores capazes de entrar, permanecer e se envolver na ambientação parcialmente gótica e simplista do longa.
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